Orquestra de Violas ‘Zé Franco’ é lançada com apresentação gratuita no Mercado Municipal

14/1/2019 - Piracicaba - SP

da assessoria de imprensa da Prefeitura de Sorocaba

A Orquestra de Violas de Sorocaba “Zé Franco” terá seu lançamento oficial nesta terça-feira (15), às 19h, em frente ao Mercado Municipal, no Centro de Sorocaba. O nome da orquestra é uma homenagem do prefeito José Crespo ao famoso comerciante do Mercado Municipal, José Franco de Camargo, que faleceu em 14 de julho do ano passado. O evento será aberto ao público.

“Esse será um momento muito especial para todos nós, amigos e familiares do Zé Franco. A nossa Orquestra de Violas de Sorocaba vai receber o nome de uma figura querida e respeitada da cidade. Estamos muito felizes com essa homenagem”, destaca o secretário da Cultura (Secult), Werinton Kermes.

O repertório da orquestra possui 15 músicas, que devem ser tocadas na apresentação, como “Chico Mineiro”, “Amargurado”, “Menino da Porteira”, “Pagode em Brasília”, “Negrinho Parafuso” e “Chalana”.

Devido à paixão de Zé Franco pelo Cururu e pela moda de viola, além da orquestra, cururueiros de Sorocaba também se apresentarão durante a homenagem. São eles: Arlindo Mariano e Nardo da Cana. Também participarão Nerci José, Natalino, Donizeti, Roque Cardoso, Nhá Bentinha e o violeiro Zé Antônio. O evento também contará com a presença da dupla Craveiro e Cravinho. Os cantores e compositores serão os padrinhos do grupo sorocabano.

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Surgimento da orquestra

A orquestra teve início em novembro do ano passado, em uma iniciativa da Secretaria da Cultura, com o objetivo de resgatar a viola caipira como uma expressão da cultura popular brasileira. “Sorocaba estava precisando dessa orquestra. Uma cidade tão grande, que fez parte do tropeirismo, precisava ter uma Orquestra de Violas”, destaca o músico e coordenador da orquestra, Sidnei dos Santos.

Os violeiros já se apresentaram na inauguração da Escola de Cultura e Artes “Ettore Marangoni”, no Jardim Sandra, e também durante a programação da 2ª edição do projeto “Natal Mágico: Paz na Terra” na Praça Coronel Fernando Prestes, no Centro da cidade. As duas apresentações aconteceram no último mês de dezembro. “Nós temos tido um retorno muito positivo. Quem já viu as nossas apresentações achou muito bacana. As apresentações lotaram de gente”, conta Sidnei.

 

Paixão pela moda de viola

Sidnei conta que atualmente 19 pessoas integram a Orquestra, sendo 16 homens e três mulheres. “Nós temos no grupo pessoas experientes e pessoas que nunca haviam tocado. Temos alunos de 15 a 70 anos de idade. Quem está aqui está por prazer, está porque ama a viola. Não tenho dificuldade de trabalhar com público com idades e experiências diferentes, porque a vontade que eles têm de aprender está fazendo todo mundo superar os obstáculos de forma fácil”, diz o músico.

E pelos ensaios, que acontecem duas vezes por semana, é possível perceber o entusiasmo do grupo, que reúne pessoas como seu Jaime Cristovam da Silva, aposentado de 68 anos, e Elias Antunes, aposentado de 64 anos que toca viola há 40 anos.

“Eu nunca tinha tocado viola. Era meu sonho aprender. Aí surgiu essa oportunidade aqui na orquestra, e eu estou adorando”, conta Jaime. “Já eu tive desde jovem contato com o instrumento, toco há 40 anos. Eu sempre gostei. E é muito gratificante ter esse grupo misto e empolgado aqui, unido pela viola. Também é legal ver pessoas mais novas aqui. A juventude está pegando gosto pela música caipira, música raiz, música do interior. Isso é bom demais”, completa Elias.

O jovem estudante Igor Gardin de Campos, de apenas 15 anos, é um dos integrantes da orquestra. Ele sempre teve contato com o mundo caipira. “A família do meu pai é de sítio, e eu convivi com isso desde pequeno, já lidei com gado, fiz umas coisas. E todo mundo sempre gostou muito de música caipira. Eu fui criado com isso, tenho paixão por isso. Meu avô viu sobre a Orquestra de Violas e falou que se eu quisesse mesmo participar, ele me dava uma viola de presente. Eu cheguei aqui sem saber nada de viola, e hoje estou tocando”, conta o jovem.

A primeira mulher a chegar na Orquestra também é apaixonada por moda de viola. A analista financeira Melissa Proença Franco, de 26 anos, conta que vê os integrantes do grupo como uma família: “quando eu cheguei no primeiro encontro, só tinha eu de mulher. Eu já imaginava que não fosse ter muita mulher aqui, mas quando eu cheguei, cheguei bem cedo na primeira aula, vi um monte de homem, só tinha homens. Fiquei meio envergonhada. E eu também não sabia tocar nada. Mas logo eu fui me enturmando, o pessoal é muito comunicativo aqui e todo mundo se dá muito bem. Hoje viramos uma família. Todo mundo se ajuda”.

Melissa tinha comprado uma viola quatro anos atrás, movida pela paixão que tem pelas modas de viola, mas o instrumento estava parado, até que a jovem decidiu ingressar na Orquestra. “Eu acho importante trazer a música raiz de volta, para que as pessoas não se esqueçam de onde a gente veio. Essas músicas retratam coisas diferentes das músicas de hoje em dia. A moda de viola traz histórias muito bonitas”, destaca. Agora, a meta da analista é aprender a tocar sua moda preferida, a música “Boi Soberano”, de Tião Carreiro.

Os ensaios ocorrem no Barracão Cultural e, a partir de 20 de janeiro, serão realizados na Escola de Cultura e Artes “Ettore Marangoni”, no Jardim Sandra.

 

 

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