da assessoria de imprensa da Câmara de Vereadores de Piracicaba
As dificuldades enfrentadas pelas polícias Civil e Federal em Piracicaba, a sensação de insegurança na zona rural e o crescimento registrado nos efetivos da Polícia Militar e da Guarda Civil foram os principais temas abordados na reunião de avaliação do Fórum Municipal Permanente de Segurança Pública realizada na manhã desta quarta-feira (19) na Câmara.
O encontro foi conduzido pelo presidente do Legislativo, João Manoel dos Santos (PTB), e acompanhado pelos vereadores Carlos Alberto Cavalcante, o Carlinhos (PPS), e Dirceu Alves da Silva e pelo vereador eleito Pedro Kawai (PSDB). Estiveram presentes mais de 20 pessoas, ligadas às forças policiais atuantes na cidade e a entidades, sindicatos e associações do terceiro setor.
Participaram representantes do Simespi, Senac, Senai, Sindicato dos Metalúrgicos, Sindicato da Alimentação, Câmara dos Dirigentes Lojistas, Conespi, Associação dos Moradores do Parque 1º de Maio, Ciesp, Diretoria Regional de Ensino, Pastoral do Serviço da Caridade, Pira 21, Funseg e Conselho Tutelar 2.
Com duração de duas horas, a reunião serviu para avaliar as ações executadas desde a publicação da cartilha "Piracicaba Mais Segura", que traz as centenas de sugestões ––propostas por diferentes segmentos da sociedade piracicabana em encontros temáticos realizados na Câmara em 2011–– para a melhoria da segurança pública na cidade. O documento começou a ser distribuído em julho passado e já foi entregue ao prefeito Barjas Negri, ao governador paulista Geraldo Alckmin e a autoridades federais. "O trabalho está apenas começando", disse João Manoel ao abrir a reunião desta quarta-feira. O próximo passo do Fórum, informou o vereador, é apresentar um plano de trabalho a partir de fevereiro, mês em que também deve ser feita, conforme sugestão dada pelos participantes do encontro, uma atualização da cartilha, com apontamentos do que já foi feito ou cumprido pelos setores envolvidos no projeto. "Acredito que o Fórum cumpriu parte do que propôs", comentou o presidente da Câmara, que também reforçou a ideia de promover encontros bimestrais para avaliar o andamento do trabalho. Ele lembrou que, por conta das eleições municipais, o Fórum foi temporariamente suspenso no segundo semestre deste ano para evitar a interpretação de que ele estaria sendo usado politicamente. A retomada das discussões, segundo João Manoel, prova o interesse das autoridades e da sociedade em seguir refletindo sobre o tema. "É importante essa reunião porque quebra a mentalidade de que as coisas só acontecem em ano de eleições", afirmou o vereador. PANORAMA A unidade de Piracicaba recebeu este ano seis investigadores e três escrivães, quando, de acordo com o delegado seccional Ricardo de Abreu Penteado Fiore, deveriam ser seis escrivães. Três deles chegaram a fazer a academia preparatória, mas desistiram de assumir o cargo por conta da baixa remuneração. "Hoje, o salário do policial civil em São Paulo é o pior do Brasil. Não há atrativo para a carreira. Estamos com um efetivo 40 por cento abaixo do necessário para a Polícia Civil em Piracicaba hoje", relatou Fiore, que pediu ao Fórum que pressione o governo estadual para direcionar mais investimentos à corporação. "Não tenho muitas perspectivas para falar. Temos sérias dificuldades em termos de efetivo. Peço o empenho do Fórum nessa ajuda." O presidente da Câmara prometeu agendar para o início do próximo ano uma reunião com os deputados de Piracicaba na Assembleia Legislativa ––Roberto Morais e Dilmo dos Santos–– e em Brasília ––Antonio Carlos de Mendes Thame–– para buscar uma saída para as dificuldades enfrentadas pela Polícia Civil na cidade. Além dos problemas de efetivo nas polícias Civil e Federal, a demora ao fazer um boletim de ocorrência e a insegurança na zona rural também foram problemas citados pelos participantes da reunião. Entre os avanços registrados recentemente pelas forças policiais do município estão o aumento no número de pessoas presas ––constatada, segundo o major Marcos Fernandes, pela lotação atual do CDP, com 1.770 detentos–– e a vinda, neste ano, de 50 policiais militares formados para atuarem em Piracicaba. "Houve um salto que diminuiu muito o número de claros em nossa unidade em Piracicaba, caindo de 30 por cento para 7 por cento", disse o major. Já o total de guardas civis municipais chegou a 404 ––eram 330 no início do atual governo––, de acordo com o capitão Silas Romualdo. Outros 40 guardas devem se somar à corporação em 2013, com o início de um curso de formação em 7 de janeiro.
O encontro desta quarta-feira permitiu aos participantes do Fórum conhecer a realidade enfrentada pelas forças de segurança de Piracicaba. As polícias Civil e Federal expuseram os panoramas mais preocupantes, já que ambas sofrem com a falta de efetivo para atuar na cidade. O caso da Polícia Civil é ainda mais grave, por conta dos baixos salários pagos e da falta de atrativos para novos agentes ingressarem na corporação.