Igrejas (vol. 2)
A religiosidade e a fé acompanharam o desbravamento do território brasileiro. Em Piracicaba não foi diferente. Poucos anos após a instituição da Povoação, já havia a determinação da construção de uma capela para os ofícios religiosos e também para o enterro dos católicos na margem direita do Rio Piracicaba, local que atualmente se encontra no parque do engenho Central, berço da cidade.
Quando a transferência da povoação para a margem esquerda, o local escolhido para a esplanada na nova matriz determinou a urbanização de Piracicaba. A partir da localização das atuais praças da Catedral e José Bonifácio, foi determinado o traçado urbano, com as ruas perpendiculares e paralelas ao local, onde também se instalou a Câmara Municipal.
Com a proibição do regime escravocrata e o consequente crescimento da imigração europeia, povos que professavam religiões não católicas passaram a se instalar em Piracicaba, trazendo consigo suas crenças e fé religiosa, além de novas casas de culto. A liberdade religiosa conquistada após a separação entre o Estado e a Igreja Católica permitiu o livre arbítrio da população piracicabana, oriunda de várias partes do mundo.
A religiosidade piracicabana é marcante, independentemente do credo. Os rituais religiosos fazem parte da vida cotidiana e das memórias das pessoas. O batizado, a primeira comunhão ou a profissão de fé, o casamento, a extrema-unção, o velório, os cultos e missas estão entre os adventos mais significativos da reunião familiar e social.
“Presente desde quando ainda era Vila Nova da Constituição até hoje, a religiosidade permeia a vida cidade e de seus habitantes. Além dos ritos próprios de cada fé, as festas relacionadas sempre agregam a vida social. E é por sua importância na história e na formação dos cidadãos, que o tema Igrejas ocupa o segundo volume da série Patrimônio Cultural de Piracicaba. O livro traz, além de algumas das nossas mais tradicionais instituições religiosas, trazendo um pouco da fundação dos templos, da sua importância, uma breve introdução sobre a influência da religiosidade na formação do povo piracicabano e brasileiro”, conta Barjas Negri.