da assessoria de imprensa da Câmara de Vereadores de Piracicaba
Uma reunião no Centro Cívico, na tarde desta quinta-feira (6), marcou a retomada das discussões para a implantação de um projeto, em Piracicaba, que vise à preservação das nascentes localizadas em microbacias que, futuramente, podem vir a fornecer água ao município, que hoje depende principalmente do rio Corumbataí, de onde vem 90% do abastecimento.
A ideia foi compartilhada pelo vereador José Aparecido Longatto (PSDB) ao prefeito Barjas Negri (PSDB), em conversa que contou com a participação de técnicos das secretarias municipais de Agricultura e Abastecimento (Sema) e de Defesa do Meio Ambiente (Sedema).
O parlamentar, junto com o Executivo, vem se debruçando sobre o tema desde o início da década. Em 2010, Longatto foi a Extrema (MG) conhecer o projeto Conservador das Águas, pelo qual a Prefeitura local presta apoios técnico e financeiro a proprietários rurais como forma de estimular práticas que visem, por exemplo, à conservação do solo e à implantação de mata ciliar para a preservação de nascentes.
Desde então, Longatto tem mantido diálogo com o Executivo para traçar um panorama das nascentes existentes em Piracicaba ––estima-se que o total gire em torno de 5.500–– e detectar as microbacias com potencial para contribuir, no futuro, com o abastecimento de água na cidade ––hoje, elas são quatro: Marins, Congonhal, Paredão Vermelho e Tamandupá.
Um grupo de trabalho para tratar do tema, com técnicos de secretarias e autarquias municipais, foi criado no segundo mandato de Barjas Negri (2009-2012), mas, após produzir uma série de levantamentos, deixou de se reunir com frequência ao longo da gestão seguinte. A reunião desta quinta-feira serviu, então, para retomar esse trabalho.
"Essa comissão fez um trabalho fantástico quando estava na ativa, já caminhou bastante; o que precisa agora é o desfecho. Espero que, daqui para frente, possamos concluir isso para que Piracicaba, no futuro, além do rio Corumbataí, tenha outros ribeirões em que possam ser construídas represas e armazenada a água para abastecer parte da cidade, pois a água é um bem finito que, se não cuidarmos, pode acabar", comentou Longatto.
ABASTECIMENTO - Dedicar-se à preservação das microbacias Marins, Congonhal, Paredão Vermelho e Tamandupá, tidas como prioritárias para o abastecimento futuro de água em Piracicaba, é o foco do trabalho desenvolvido, afirmou Evelise Moncaio Moda, engenheira agrônoma da Sema. O objetivo, frisou a técnica, é permitir que essas microbacias sirvam para "a captação com qualidade, quantidade e segurança dentro do município, sem depender de reservas de fora".
Longatto explicou que o plano para a proteção das nascentes prevê uma compensação financeira ao proprietário de terras onde elas estão situadas ou por onde correm cursos d'água. "A ideia é de que quem mora na malha urbana contribua com um valor pequeno para indenizar aquele agricultor cuja propriedade tenha uma nascente, a fim de que ele a preserve, garantindo a água para nós, que moramos na cidade", disse o vereador.
Barjas Negri comentou sobre a retomada das discussões sobre a preservação das nascentes que, no futuro, podem responder pelo abastecimento de água em Piracicaba. "Na Prefeitura, havia um grupo de trabalho que, por mais de um ano, ficou aprimorando um projeto para elaborar um Plano Diretor. O que vamos fazer agora, por indicação do Longatto, é reativar essa comissão. Vamos realizar uma reunião técnica para que eu possa debater com o Legislativo se é preciso formular uma lei ou não."
O prefeito fez ponderações sobre o plano. "Se a gente puder fazer a implantação ao menos parcial desse projeto, independentemente de lei, é claro que vamos fazer. Mas eu prefiro ouvir a equipe técnica, dimensionar o custo desse projeto e começar a fazer pelo menos uma experiência piloto para verificar, pois tenho certeza absoluta de que, fazendo uma microbacia que dê certo, transportar isso para as demais é relativamente fácil", concluiu.