da assessoria de imprensa da Câmara de Vereadores de Piracicaba
O tema "Saúde da Mulher" foi abordado no quarto dia do ciclo de palestras e debates realizados na Câmara em comemoração à Semana da Mulher, em evento no salão nobre promovido pelas vereadoras Nancy Thame (PSDB) e Coronel Adriana (PPS).
Helder Prado, fisioterapeuta e ergonomista do Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador), falou da necessidade de implementar modelos de atenção à saúde física e mental das mulheres, de maneira multidisciplinar e integral, promovendo cuidado obstétrico, neonatal, qualificado e humanizado, ampliando o controle de doenças sexualmente transmissíveis e reduzindo a morbimortalidade por câncer.
O fisioterapeuta ainda ressaltou a importância do preparo de equipes para atender e dar assistência às mulheres da terceira idade ou com algum tipo de deficiência. Ele frisou a importância da participação da mulher em vários setores, como forma de engrandecer, valorizar e enriquecer o ambiente de trabalho.
A psicóloga Regina Teixeira abordou os aspectos psicológicos nas situações de vulnerabilidade e violência e apresentou resultados de pesquisas que mostram os principais sintomas frequentemente encontrados em vítimas de violência, como insônia, pesadelos, falta de concentração, irritabilidade e falta de apetite.
No âmbito mental, segundo a psicóloga, as mulheres são acometidas por problemas de depressão, ansiedade, síndrome do pânico, estresse pós-traumático, comportamentos autodestrutivos, uso de álcool ou drogas e tentativas de suicídio e permanecem nessa situação por sentirem vergonha e culpa, por serem desencorajadas por pessoas próximas e até mesmo pelo pacto de silêncio entre agressor e agredida.
Ao final, os palestrantes pediram que as pessoas presentes contribuíssem com questionamentos e sugestões. Uma portadora de endometriose relatou as dificuldades que teve durante o período de tratamento da doença e sugeriu a criação de um centro de endometriose no município para a troca de informações e experiências, facilitando o tratamento da doença.
Sônia, representante do Conselho da Mulher, criticou a segurança que não é oferecida às mulheres que buscam atendimento por serem vítimas de violência, além dos horários inoportunos em que o serviço funciona. Segundo ela, os horários em que acontecem os atos de violência são completamente diferentes dos horários oferecidos para o atendimento às mulheres, que saem do local sem proteção alguma, muitas vezes dando de cara com o agressor logo na saída.
Nancy Thame agradeceu a participação das pessoas que compareceram ao evento, no salão nobre da Câmara, e disse que os relatos, as sugestões e as propostas que surgiram durante a palestra "foram importantes para a construção coletiva de um documento" solicitando medidas para as demandas apresentadas.