Precisamos pamonhalizar o mundo, diz pastora na Semana da Mulher

20/3/2014 - Piracicaba - SP

da assessoria de imprensa da Câmara de Vereadores de Piracicaba

Ana Paula Mariano Carlins, da Igreja Quadrangular, fez palestra na Câmara

A sociedade atual presencia o nascimento da geração Miojo, avaliou Ana Paula Mariano Carlins, pastora da Igreja do Evangelho Quadrangular que ministrou a palestra Como ser diferente num mundo desigual, na tarde desta quarta-feira, 19, no salão nobre da Câmara de Vereadores de Piracicaba. A ação integrou a 6ª Semana da Mulher Trabalhadora - Construindo uma Sociedade Solidária, promovida pelo vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT).

Ao fazer alusão ao macarrão instantâneo, Ana Paula lembrou que as pessoas querem tudo ao alcance em três minutos. "Estamos miojinizando a vida. É agora. É já!". Para ela, é preciso 'pamonhalizar' o mundo e retomar as raízes da sociedade. O exemplo do produto à base do milho foi usado porque exige espera e união. "Quantos de nós reunia a família quando a mãe e a avó iam fazer pamonhas? Tinha que pegar o milho na plantação, descascá-lo, ralar a espiga, costurar as palhas para servir de embalagem e cozinhar no tacho de água quente. Eram todos juntos, num trabalho de doação e entrega." 

Dirigindo-se às mulheres e reforçando a máxima de que é preciso persistir e acreditar na mudança, Ana Paula trouxe o exemplo de Margaret Thatcher, a primeira mulher a ser eleita primeira-ministra no Reino Unido e em toda a Europa. Conhecida como Dama de Ferro, Thatcher governou entre os anos de 1979 e 1990. "Sempre há um novo começo", disse a pastora, ao parafrasear a poderosa figura política, morta em abril do ano passado. "Ela teve pulso firme para estabelecer quem era e o que podia fazer."

Segundo a pastora, a sociedade pressiona as pessoas a serem iguais para que sejam aceitas e estejam inseridas no contexto social. Ao passo que o “ser diferente” é o que valoriza e torna o homem único e especial, as diferenças de gênero, crenças religiosas e convicções políticas geram julgamentos e preconceitos em diferentes escalas da sociedade, em especial no mercado de trabalho. "Estamos sendo classificados e julgados pela nossa diferença, que é tratada como problema e não como virtude", avaliou. 

As pequenas ações no dia a dia podem fazer a diferença e motivar grandes mudanças, disse a palestrante. Gestos como dar um simples bom dia a quem está ao lado são necessários para manter a sustentabilidade da raça humana. "É fato também que o desenvolvimento cientifico, econômico e tecnológico não irá retroceder. Mas estamos nos aproximando de quem está longe e nos distanciando de quem está perto."

PROGRAMAÇÃO - A Semana da Mulher Trabalhadora teve início na segunda-feira, 17, quando foi aberta a mostra fotográfica MulheresSolidárias no hall do prédio anexo da Câmara de Vereadores. Às 19h30, durante reunião ordinária, a coordenadora de comunicação e marketing do Sindicato dos Bancários, Michelle Bottin, apresentou o perfil da mulher bancária. Na terça-feira, 18, a enfermeira Ermelinda de Fátima Vincentin Esteves ministrou a palestra HPV: riscos, prevenção e vacina e, às 19h30, ocorreu a solene Mulheres solidárias: trajetórias e homenagens, ambas no salão nobre.

A próxima ação será no Sindicato dos Bancários, às 14h desta quinta-feira, 20, com a palestra Desigualdade de gênero no mercado de trabalho: ação e solidariedade, pela secretária de Políticas para Mulheres, Deise Recoaro. Ainda na data, às 19h30, acontece no plenário Francisco Antônio Coelho a suspensão do expediente da reunião ordinária para que Deise faça uso da tribuna. 

O encerramento da programação será no dia 21, às 19h30, também na Câmara, com a palestra Articulação entre trabalho produtivo e trabalho reprodutivo, com a economista Marilane Oliveira Teixeira.

Compartilhe no Whatsapp