da assessoria de imprensa da Câmara de Vereadores de Piracicaba
Vereador José Aparecido Longatto convocou encontro no plenário da Câmara
A maior seca dos últimos 50 anos motivou o vereador José Aparecido Longatto (PSDB) a convocar autoridades para a apresentação de iniciativas ambientais em prol dos rios Piracicaba e Corumbataí. A reunião ocorreu na tarde desta segunda-feira (24), no plenário da Câmara, a partir do requerimento 115/2014.
Compareceram os secretários Rogério Vidal (Defesa do Meio Ambiente), Vlamir Schiavuzzo (Água e Esgoto) e Waldemar Gimenez (Agricultura e Abastecimento). Houve ainda a participação de Guilherme Volarini, da Agência PCJ (Agência das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí), e José César Saad, coordenador de projetos do Consórcio PCJ, além dos vereadores André Bandeira (PSDB), José Antônio Fernandes Paiva (PT) e Chico Almeida (PT).
Conforme dados da Agência PCJ, a média histórica de novembro a fevereiro no Rio Piracicaba é de 760 milímetros de água, mas choveu apenas 350 milímetros na cidade. Na área onde está localizada os reservatórios, a chuva estimada era de 850 milímetros, mas o registro foi de 40 milímetros. “Estamos com uma seca severa, num período em que nossos mananciais deveriam ser alimentados”, alertou Guilherme Volarini.
Longatto disse que a reunião é o início de um trabalho, uma reunião preparatória para as demais cidades que compreendem o Rio Corumbataí. Em 2013, ele retomou as atividades do Fórum Permanente em Defesa do Rio Corumbataí nas cidades abastecidas pelos mananciais (Rio Claro, Itirapina, Ipeúna, Corumbataí, Analândia, Charqueada e Santa Gertrudes).
Longatto exibiu um vídeo, com captura de imagens em 12 de fevereiro deste ano, que demonstra a preocupação com a baixa vazão do Corumbataí em trechos como Vila Rio e as pontes Tamandupá e Estaiada, em Santa Teresinha, e Usina Costa Pinto, Prainha do Mantelato e Jardim Taiguara. Também foi registrada a recente mortandade de peixes no Rio Piracicaba.
O vereador classificou a situação como preocupante. "Sabemos que a população continua aumentando. Se não houver preservação, ficaremos sem água para beber em 20 anos", disse, ao exibir, na sequência, fotos comparativas do salto do Rio Piracicaba em 2005, quando houve cheia, e em 2014, com as pedras aparentes.
Para o parlamentar, é preciso mapear as nascentes de água nas áreas rurais, além de um trabalho de preservação para que a calha do Corumbataí continue com água suficiente para abastecer a cidade. Ele tem a intenção em retomar um projeto de lei, arquivado em 2009, que institui o programa Conservador das Águas, para o incentivo de proprietários rurais na conservação da sub-bacia hidrográfica. Há uma lei semelhante em Extrema, município mineiro, em vigor desde 2005.
Schiavuzzo descartar o risco de racionamento de água na cidade. "O Semae está com o sistema equilibrado”, disse. A autarquia, segundo o presidente, desenvolve ações de conscientização por meio da distribuição de panfletos com as contas de águas nas residências. O abastecimento na cidade é feito com a 90 a 95% das águas do Corumbataí. A maior preocupação, no entanto, recai sobre os meses de junho e julho, historicamente marcados pela estiagem.
Rogério Vidal informou que a prefeitura possui todas as nascentes mapeadas e que está em fase final um plano de ação, com conclusão estimada em 90 dias, por meio do fornecimento de mudas para o reflorestamento nas margens de APPs (áreas de preservação permanente). “O município está fazendo um esforço de várias maneiras, desde ações emergenciais para acelerar a recuperação das espécies da fauna aquática e, principalmente, acompanhar a discussão sobre a renovação da outorga do Sistema Cantareira.”
O secretário Waldemar Gimenez lembrou que a Sema e a Sedema atuam na distribuição de mudas na Zona Rural para contribuir com a preservação do meio ambiente. “Sou fã incondicional do trabalho nas nascentes, é primordial. Uma solução caseira que pode garantir boa parte do abastecimento de Piracicaba”, declarou.
Segundo José César Saad, a construção de dois reservatórios – em Amparo e Pedreira – irá contribuir para a regularização de vazões em até nove metros cúbicos por segundo. “São empreendimentos de extrema importância”, disse, ao lembrar que há um comitê técnico de assessoramento do Sistema Cantareira que acompanha a situação hídrica. Saad lembrou que, até então, o ano mais crítico na vazão dos rios foi o de 1953, no entanto a média corresponde ao período típico de estiagem, no Inverno. Segundo informou, é preciso que os cuidados sejam redobrados neste momento, pois há previsão de o quadro se repertir em 2015, também nos meses de janeiro e fevereiro.