da assessoria de imprensa da Câmara de Vereadores de Piracicaba
Longatto recebeu grupo nesta quinta-feira (30) e apoia implantação de projeto
Um sonho que se arrasta por 30 anos e que o tempo não foi capaz de apagar. Seis cidadãos da cidade, de profissões distintas, ainda defendem a criação de um planetário em Piracicaba, que de forma multidisciplinar iria alavancar a cultura, o turismo, a educação e o lazer. Esta semana, o grupo apresentou as intenções ao vereador José Aparecido Longatto (PSDB), que apoia a iniciativa e buscará mecanismos para a sua implantação.
Por meio de um moderno sistema de projeção com fibras ópticas, os observatórios permitem apreciar as estrelas, o movimento de rotação da Terra, o céu em diferentes latitudes e conhecer a história dos planetas. As instalações – que geralmente incluem teatro digital e sessões em três dimensões – contemplam ações educacionais, desenvolvidas com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre as questões do universo, em especial a astronomia.
No Brasil, os principais planetários estão em Santo André, o mais moderno, e nas cidades de Campinas, Brotas e São Paulo, onde há o primeiro equipamento construído na América Latina, no Parque do Ibirapuera. Membro titular da Sociedade Astronômica da França, o astrônomo Nelson Travnik quer convencer os representantes do Poder Público da importância da obra. Ao longo dos anos, ele presenciou o nascimento desses projetos no país e, mais recentemente, acompanha de perto o investimento de R$ 10 milhões pela Universidade Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais.
Travnik acredita no potencial da obra a partir do interesse da população no Observatório Astronômico de Piracicaba, instalado em 1992 às margens da Rodovia Fausto Santomauro (SP-127), que liga Piracicaba a Rio Claro. Com a segunda maior luneta do Estado de São Paulo, o local recebe de 200 a 300 pessoas aos sábados, quando as condições atmosféricas são favoráveis, considerando apenas as visitas espontâneas. Também são frequentes as visitas de grupos escolares durante a semana.
“Primeiro queremos criar o planetário e, depois a fundação, que é fundamental para que o projeto tenha vida própria. Levamos a ideia ao Gabriel Ferrato na administração anterior, quando era secretário da Educação. Agora, queremos convidá-lo, na condição de prefeito, a visitar o planetário de Santo André, na tentativa de convencê-lo a abraçar o projeto”, disse Longatto, que irá agendar um encontro com o chefe do Executivo.
Professora de geografia na rede estadual de ensino, Marjory Nascimento lembra que o planetário envolve todas as áreas do conhecimento, como ciências, matemática, física, química, biologia, história, geografia e filosofia. “Para a educação é essencial que a criança tenha, já nos primeiros anos do período escolar, a intimidade com a astronomia”, citou Marjory.
O engenheiro civil João David Pavani e a psicóloga Marina Goreti Sandin defendem que uma fundação administre o planetário, para garantir a agilidade em pequenos e altos investimentos. “Uma fundação garantiria o caráter autogerenciável do planetário e seria a responsável pela conservação do patrimônio”, destacou Pavani. Embora os investimentos iniciais venham do Executivo, uma entidade com esse caráter também pode atuar na busca pela obtenção de recursos via incentivo fiscal, como a Lei Rouanet.
Para o professor Elias Salum, um planetário tem o potencial para atrair visitantes de toda a região, impulsionando ainda o turismo na cidade. É por este motivo que o grupo defende a utilização de um dos armazéns do Engenho Central, que concentra grande número de visitantes aos fins de semana e tem recebido investimentos do Executivo nos últimos anos. “Queremos envolver no projeto a Secretaria da Ação Cultural”, diz Salum, ao destacar que os planetários espalhados pelo país estão vinculados às secretarias de Cultura. “Nosso sonho é antigo. No passado fomos batalhar recursos até em Brasília”, rememorou ele, que também é membro fundador do Observatório Astronômico de Piracicaba.