da assessoria de imprensa da Câmara de Vereadores de Piracicaba
A incidência de doenças sexualmente transmissíveis, as DSTs, cresce na população acima dos 50 anos. De acordo com a farmacêutica do Centro de Doenças Infectocontagiosas (Cedic), Adriana Cresta, o número de idosos com Aids já representa 8 por cento dos infectados na cidade. “A sociedade tratou as DSTs por grupos de excluídos, como homossexuais e profissionais do sexo, mas a doença está em todas camadas e faixas etárias”, avaliou ela nesta terça-feira, 5, no segundo dia da Semana da Mulher, organizada pelo vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT).
Adriana foi uma das três palestrantes do tema “Saúde e Idosos” no salão nobre “Helly de Campos Melges”. De acordo com a especialista, o principal fator do aumento das DSTs/Aids na população idosa é vida sexual ativa. “Com a incidência do chamado Viagra (remédio contra impotência sexual), muitos idosos voltaram a ter vida sexual ativa, criando um ambiente favorável à infecção”, avalia. “Os avós de hoje em dia não sai mais aqueles que ficam apenas em casa, mas freqüentam espaços, tem relacionamentos diferentes, conhecem novas pessoas”, diz.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a expectativa da população brasileira cresceu em 20 anos, entre 1980 e 2001. De 62,7 anos (homens) e 68,9 anos (mulheres), hoje esta longevidade chega a 72,9 e 65,1, respectivamente. Apesar do avanço, o Brasil e apenas o 108o país no ranking das nações das quais foram estimadas as expectativas de vida ao nascer. No Japão, líder desta avaliação, a expectativa chega a 81,5 anos. Esta nova realidade cria também novas demandas, por isso a atenção à saúde do idoso passa a ter tratamentos diferenciados.
Para a representante do Cedic, a principal forma de combate à Aids continua sendo a prevenção com camisinha (tanto masculina quanto feminina).
“Mas também precisamos incentivar o diálogo entre os parceiros”, disse ela, que entende salutar a constante troca de informações como uma maneira de ambos se conhecerem melhor. “E mais ainda, criar um ‘pacto’ onde um protege o outro”, avalia a especialista. Adriana lembrou que, além da Aids, outra DSTs muito difundida é a sífilis. “Não está erradicada e também precisa de muita atenção”, avaliou.
O crescimento da população idosa cria uma outra figura, a do “cuidador”. Regulamentada como profissão em junho do ano passado, a atuação de quem se presta a cuidar de idosos foi o tema da palestra da professora da Enfermap, Fabiana de Oliveira. “Ainda é grande parte do universo feminino (as cuidadoras), por isso vem a ser assunto importante numa semana voltada às mulheres”, disse. Em sua palestra, Fabiana destacou os cuidados ao tratar do idosos, deu dicas sobre bem-estar e saúde para melhorar a qualidade de vida e lembrou que a boa parte dos cuidadores também são idosos, necessitando cuidados específicos. Para encerrar a tarde de palestras, Maria Claret da Silva, coordenadora do Centro de Especialidade da Saúde da Mulher (CESM), destacou a importância de entender o envelhecimento “como algo não apenas externo, de aparência, mas que mexe com todo o organismo”, avaliou. Maria lembrou que, atualmente, para cada 100 crianças de zero a 14 anos existem 25 idosos. Mas que, em 2050, este número será de 172 pessoas com idades avançadas. “O importante é saber envelhecer com qualidade de vida, tendo atividades saudáveis rotineiramente”, observou a palestrante. A Semana da Mulher, organizada pelo vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT), segue até sexta-feira. Nesta quarta-feira, 6, acontece às 19 horas a inauguração da Mostra Fotográfica “Mulheres”, no Sindicato dos Bancários. “O nosso objetivo é propor uma reflexão a respeito da situação das mulheres nos mais variados aspectos”, destacou o vereador Paiva.