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Thales Kroth de Souza

Autor: Thales Kroth de Souza

O Brasil precisa mais disso: calculadora e respostas para a educação

11/12/2021 - Piracicaba - SP

A calculadora tem o poder de salvá-lo em momentos difíceis. Ouvi essa frase por um louco no trem, mas não era tão louco assim quando pesquisei mais sobre o assunto que ele estava gritando.

O dispositivo transformou a vida de milhares de pessoas. Por 24 séculos, o ábaco foi o mecanismo de contas oficial. Em 1642, Blaise Pascal idealizou uma máquina automática de cálculos com adição e subtração; em 1671, Gottfried Leibniz desenvolveu uma máquina com mais capacidade, memória e as outras operações. Entre os séculos XIX e XX, não era todos que possuíam. Foi com a redução de custos e o fácil acesso que se popularizou.

Apesar de só 7,3% dos jovens brasileiros que se formam no ensino médio saberem o básico de matemática, a cada 100 alunos que ingressam, apenas 59 concluem o ensino médio aos 19 anos (dados de 2017). Anteriormente, 68,1% dos estudantes brasileiros estavam no pior nível de proficiência em matemática e não possuem nível básico de Matemática (dados de 2017). Recentemente com o Sistema de Avaliação do Ensino Básico (Saeb), só 5% conseguiam no terceiro ano do ensino médio resolver problemas usando probabilidade ou o Teorema de Pitágoras (dados de 2019). Um nível crítico para um momento que qualquer um tem acesso á calculadora e a vídeos no YouTube sobre o tema.

O que aconteceu com o Brasil que investe tanto na educação básica? Sim, investe muito: 5,6% do PIB contra 4,4% a média dos 36 países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Apesar disso, o gasto com alunos do ensino superior é muito maior, enquanto gasta-se US$3.866 por aluno dos ensinos Fundamental e Médio, um único aluno do ensino Superior gasta US$14.202 e, sem dúvidas, seria muito mais interessante inverter-se o gasto e se aplicar a qualidade desejada.

Outro critério é o salário e a motivação dos profissionais de educação. Um professor de ensino Fundamental ganha US$22.500 e de ensino Médio US$23.900, enquanto a média dos países da OCDE ficam em US$36.500 e US$45.800 respectivamente, uma anomalia e desequlíbrio geral para a profisisonalização, o desenvolvimento do setor e a qualidade da educação brasileira.

Muitas pessoas relatam respostas e fórmulas para a situação, mas não é bem assim. Se possui um projeto interessante e que faz a diferença para todos, comunique um deputado federal, um especialista em gestão pública e obtenha informações para viabilizá-lo. Faça valer as suas ideias e ganhe meu apoio se são benéficas, fazem sentido e podem ser implantadas. Não se acanhe.

A educação do Brasil é complexa, os problemas são mais ainda, todavia todos possuem soluções, e não vão ser sanados de uma hora para outra com apenas um projeto dependendo de apenas uma assinatura. Há critérios, seleções, configurações importantes que precisam ser adequadas e discutidas o suficiente para não gerar dúvidas nem ruídos. Ainda acredito que haverá pequenas modificações como as introduções da educação financeira no ensino, outras disciplinas/matérias como empreendedorismo, mais leituras irão vir aos poucos conforme mostra as tendências da mesma geração e influência de celebridades, mídia e o acesso às redes sociais.

Envie para ksthales@gmail.com dúvidas, informações, sugestões e comentários.

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