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Caroline Silva Fraga

Autor: Caroline Silva Fraga

Conquiste atenção das pessoas: Conte histórias e autorrevele

19/2/2019 - Piracicaba - SP

 

Olá, 

 

Boa notícia! As informações do texto de hoje podem transformar você, quase instantaneamente, de completo novato em profissional mediano. Assim, leia-o com atenção, pratique e comece a fazer acontecer o que aprendeu. Apenas por usar as técnicas e os recursos que receberá você se tornará, imediatamente, um orador mais eficaz.

Para começar, vamos imaginar um almoço de promoção em que dois diferentes convidados vão fazer um brinde ao homenageado. O primeiro brinde é feito pelo gerente da empresa. Ele diz: “Eu sempre admirei a sua disciplina com que ele executava seu trabalho. Ele é muito dedicado, merece essa promoção”. Aplausos educados são ouvidos, e o gerente se senta.

Então, outro colega do promovido começa seu brinde. Essa pessoa conhece o homenageado há muitos anos. Ele descreve o jogo em que seu melhor amigo marcou os únicos dois gols de sua medíocre carreira de jogador de futebol nos finais de semana. Ele conta que “faltavam poucos segundos para o jogo acabar; ele tinha a bola e o caminho livre até o gol. Mas, então, algo muito esquisito aconteceu. Ele começou a cair, o que foi estranho, porque não havia ninguém perto dele. Pareceu que ele tinha tropeçado no próprio pé, ou algo assim. De qualquer modo, ele tinha que se livrar da bola antes de cair no chão, então ele chutou de qualquer jeito, e fez o gol! – e foi assim que ele ganhou o apelido que, como vocês sabem, de escorregadinho”.

Os dois homens falaram sobre o mesmo assunto: seu amigo. Mas a abordagem do assunto foi feita de formas completamente diferentes. O tópico do primeiro brinde é difícil de visualizar ou dramatizar. O segundo pinta o quadro de um incidente específico, enriquece-o com humor e drama, e então o conecta ao presente como a origem do apelido do amigo. Nós ficamos sabendo algo sobre o homem que está sendo promovido, mas também ouvimos uma história vívida.

Em qualquer apresentação oral de grande impacto, certos elementos devem estar presentes. As únicas exceções são apresentações simples com PowerPoint ou reuniões informais no escritório. Em qualquer outra situação – sempre que você for convocado para ficar diante de uma plateia e falar por vinte, trinta minutos – você precisa empregar estes elementos.

Primeiro, você precisa comunicar com clareza a informação ou a mensagem da sua palestra. Você precisa fazer seus dados chegarem à plateia. Você deve ter um tema ou uma tese, e sua apresentação deve ser clara e convincente. É por isso que você está lá, de pé, em primeiro lugar. Ainda assim, em termos de impacto, esta é, na verdade, a parte menos importante do seu discurso.

Ninguém vai se lembrar desse aspecto da sua palestra, a menos que os outros elementos sejam excelentes. As informações que você tem para passar são importantes, mas informação sem impacto some rapidamente da cabeça das pessoas. Então, continuemos para o próximo elemento essencial.

O elemento número dois é composto por histórias ou anedotas sobre pessoas que não é você. No texto anterior, eu falei como a plateia precisa rir – não apenas quer, mas precisa rir – e que também precisa ouvir histórias. Assim, se o que você faz é apenas lhe transmitir informações, não atenderá a uma das necessidades básicas dos seus ouvintes, e não fará bem seu trabalho de orador.

Que tipos de história você pode contar? A resposta a isso depende dos seus níveis de confiança e habilidade. Um orador realmente profissional faz com que cada apresentação seja uma experiência completa, física e emocionalmente.

Isso significa que a plateia pensa e sente – e no que diz respeito ao sentimento, ela ri e chora.

Pense em alguns dos melhores oradores a que você já assistiu. Como você se sentia ao final da palestra? Imagino que você sentia como se tivesse atravessado todo o espectro das suas emoções, indo das risadas às lágrimas. Um bom apresentador consegue isso, e o uso eficaz de histórias é um bom recurso para evocar um amplo espectro de experiências do ouvinte.

Você pode utilizar uma ampla variedade de materiais em praticamente qualquer apresentação, e deve procurar tirar vantagem disso. Quando você apresentar um ponto que seja central à sua tese, veja se consegue ligá-lo a uma história. Sempre que fizer as pessoas pensarem, procure fazê-las imediatamente sentirem. Conforme sua confiança aumentar, você será capaz de levar seus espectadores a experimentar uma gama mais ampla de emoções. As pessoas efetivamente esperam isso de você enquanto orador, ainda que possam não sabê-lo conscientemente. 

Certos tipos de história parecem funcionar sempre. E funcionam porque as pessoas conseguem se identificar com as situações e com os pensamentos e as emoções que as acompanham.

Histórias sobre família e crianças são sempre boas. Praticamente todo pai e toda mãe já fez uma longa viagem de carro com os filhos no banco de trás, de modo que esse é um cenário pronto para se usar.

Independentemente do assunto ou do cenário, bons oradores nunca contam uma história só porque é boa. Ela tem que ser relevante para o tópico do discurso.

Tem que ilustrar um ponto. Embora a maioria das histórias seja compreendida como entretenimento, elas também podem servir como um mecanismo para fazer a plateia pensar e refletir. E é exatamente assim que elas devem funcionar. O sucesso do seu discurso dependerá das mudanças internas que conseguir produzir nos seus espectadores. Nós já vimos como contar histórias sobre os outros pode ser um recurso valioso nesse aspecto.

 

 


 

MAS FALAR SOBRE VOCÊ - REVELAR-SE E OS DESAFIOS QUE JÁ ENFRENTOU - PODE SER AINDA MAIS ESSENCIAL.


 

 

Contudo, isso precisa ser feito cuidadosamente. Lembre-se, o assunto favorito de qualquer pessoa é ela mesma. Essa preocupação deve fazer parte das suas revelações.

Suas experiências pessoais podem fornecer energia às suas apresentações, mas de alguma forma você deve procurar sempre relacioná-las à plateia. O limite até onde você pode ir depende do seu próprio nível de conforto, bem como do ambiente em que seu discurso transcorre. Se você está conduzindo um workshop sobre planejamento financeiro pessoal, pode funcionar uma revelação sobre a vez em que estourou o limite do seu cartão de crédito. Mas, provavelmente, esse não é o momento para falar de um problema de saúde ou de uma situação trágica na sua família. Ainda assim, essas questões podem ser perfeitamente adequadas para uma plateia que espera uma conexão emocional.

No workshop sobre planejamento financeiro pessoal, você pode dizer algo como: “Eu comecei a me perguntar se deveria destruir todos os cartões de crédito ou ficar somente com um, em caso de emergência”. Mas se Workshop de fim de semana cujo tema é transformação pessoal, ninguém vai querer ouvir falar de cartão de crédito. Nesse caso, é mais oportuno dizer: “Eu comecei a me perguntar se estava desperdiçando minha vida em coisas sem importância”. Você poderia até ir além, dizendo algo como: “Eu tive que assumir a responsabilidade pelo fracasso do meu casamento”.

Uma declaração dessas, com a autorrevelação que traz, corre o risco de ofender alguns espectadores. Tal afirmação pode ser demais, em termos de exigência emocional. Ao olhar tão intimamente para dentro de si mesmo, você está pedindo aos outros que façam o mesmo. Mas e se eles não puderem? Seus espectadores podem, simplesmente, se afastar de você. Por isso é sempre crucial que toda história autorreveladora tenha um final positivo. Você pode mergulhar tão fundo quanto quiser nos seus problemas pessoais, desde que mostre as mudanças positivas que deles resultaram.

Autorrevelação é a forma mais eficaz de atingir o coração dos seus espectadores, mas isso é diferente de atingir sua mente. Ao compartilhar suas experiências pessoais você estará mostrando que é um deles. Se analisar qualquer discurso eficiente, encontrará sempre uma história pessoal dentro dele.

A habilidade de criar uma conexão íntima com a plateia sempre foi uma característica dos grandes oradores. Para entender isso, e aprender a fazê-lo, você precisa compreender que um grande orador está sempre falando com uma única pessoa, não importa o tamanho da plateia.

Isso é absolutamente necessário se você quiser criar uma conexão pessoal. Você deve visualizar uma única pessoa que representará toda a plateia. Imagine uma história sobre a vida dessa pessoa. Quais são seus desafios e oportunidades? O que ela quer e precisa?

Quanto mais específico você for sobre seu ouvinte, tanto mais conseguirá se conectar. Você sabe a cor dos seus olhos? Qual é sua roupa? Onde mora? Qual sua formação? E suas condições financeiras? Existem dezenas de questões desse tipo, e você deve saber as respostas de todas.

Diga para você mesmo que seu ouvinte imaginário é receptivo à sua mensagem. Trata-se de alguém simpático à sua causa e que veio até você para pedir ajuda. Não importa o tamanho da sua plateia – pode até ser uma platéia gerada por meios de comunicação, com milhares de pessoas –, fale para essa única pessoa. Com prática você aprenderá a transpor o rosto do seu protótipo para qualquer grupo de espectadores.

 

Até breve,

Rumo ao sucesso!!

Blog Pessoal:www.hpvoz.com

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