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Caroline Silva Fraga

Autor: Caroline Silva Fraga

Domine a forma de apresentação : Três princípios para impactar

24/1/2019 - Piracicaba - SP

 "Existem três discursos para cada um que você faz: o que você praticou, o

que apresentou e o que gostaria de ter feito."

                                                                                Mark Twain 

 

 

Olá,



Semana passada, eu falei da construção do conteúdo, de analisar formas de estruturar sua apresentação, além da importância de você ensaiar sua apresentação sozinho e também para seus amigos, familiares, etc.

Uma apresentação estruturada dessa forma terá abertura, meio e encerramento. Mas você ainda não acabou. Longe disso.  Agora vamos estudar a maneira que a apresentação será feita.

Então vamos dedicar bastante atenção a este aspecto: a forma da apresentação. Se nunca falou em público antes, provavelmente experimentará uma sensação forte quando tentar fazê-lo pela primeira vez. Se você já for um orador experiente, preste atenção mesmo assim, porque enxergará a verdade disso. Na primeira vez que fizer uma apresentação pública, você estará conversando em vez de falando profissionalmente. Você estará comunicando informações, mas não as estará apresentando de forma contundente e significativa.

Certa vez,  eu assisti uma palestra  o qual  o tópico não fora escolhido  pelo palestrante  e não tinha nada que lhe importasse para falar sobre o assunto. Ele  trazia algumas anotações desconexas. Com as anotações na mão, ficou diante dos espectadores que escolheu ignorar – ele nem mesmo olhava para eles, às vezes fitando acima de suas cabeças, ou o chão, e, às vezes, consultava as anotações. Ele jogava suas palavras no vazio, com um distanciamento expresso no olhar e na voz. Não havia sintonia com os ouvintes, e sintonia é a essência de falar em público. A plateia precisa sentir que uma mensagem está sendo passada diretamente da cabeça e do coração do orador para sua cabeça e seu coração.

Como isso acontece?

A arte conhecida como oratória ou retórica é praticamente inútil para nossos objetivos atuais. Oratória à moda antiga, na qual o orador utiliza todo tipo de artifício verbal, não funciona no ambiente contemporâneo. O público moderno  sejam duas pessoas, quinze pessoas em uma sala de reuniões, mil indivíduos em um auditório, ou milhões assistindo às suas televisões – quer que os palestrantes falem direta e pessoalmente. As pessoas querem que as apresentações públicas tenham a mesma intimidade de um bate-papo. Mas não é só isso que elas querem.

Paradoxalmente, elas também esperam que esse diálogo íntimo seja feito com vigor considerável – e isso parece pedir muito. De alguma forma você precisa executar algo bastante antinatural enquanto o faz parecer à coisa mais natural do mundo.

Alguns livros lhe dirão que isso tudo é uma questão de entrar em contato com suas emoções mais profundas e seus sentimentos mais fortes. Embora realmente seja importante se importar com o que você está falando, o segredo da apresentação notável está mais na cabeça do que no coração.

 


CRIAR SINTONIA COM SEUS OUVINTES É UM PROCESSO MAIS RACIONAL DO QUE EMOCIONAL

 


 

 

Ele pode e deve parecer emocional, mas, como com qualquer forma de mágica, aquilo que você vê é apenas uma fração do que está realmente acontecendo.

Isso sempre foi verdade com qualquer forma de arte. Obras-primas como a MonaLisa, de Leonardo da Vinci, ou o Davi, de Michelangelo, parecem seres vivos, mas são baseados, na verdade, em uma compreensão matemática da forma e da proporção humanas. Até mesmo a comédia stand-up depende de um ajuste de certos ritmos que são tão previsíveis quanto um relógio. Você poderá aprender muito sobre falar de forma eficiente em público adotando uma visão cientificamente analítica. Quando estiver no controle dessa perspectiva, verá que as emoções tomam conta de si mesmas.

primeiro princípio da apresentação de alto impacto é sua escolha consciente de quais palavras enfatizar. O significado das frases está mais baseado na ênfase colocada em certas palavras do que em suas definições de dicionário. É fácil provar isso. Pegue qualquer frase e a repita várias vezes, enfatizando palavras diferentes em cada uma. Como verá, o significado muda inteiramente. E mais: algumas versões dessa frase serão muito mais envolventes do que outras.

Você pode aplicar essa regra a uma apresentação. Leia a frases a seguir sem  dar ênfase a qualquer palavra:

“Eu tive sucesso em tudo que comecei porque sempre tive força de vontade. Eu nunca hesitei, o que me deu uma vantagem sobre todo o resto da humanidade.”

Foi uma leitura uniforme. Como você não enfatizou nenhuma das palavras, a emoção e os pontos de vista do orador não foram transmitidos.

Agora, releia o trecho, desta vez enfatizando as palavras grifadas. “Eu tive sucesso em tudo o que comecei porque sempre tive força de vontade. Eu nunca hesitei, o que me deu uma vantagem sobre todo o resto da humanidade.”

Repare, por exemplo, como a ênfase na palavra nunca confere dramaticidade à frase. A ênfase em “nunca hesitar” sugere que houve uma luta contra a hesitação. Isso até mesmo implica que a luta continua. Caso contrário, por que tanta energia teria sido colocada na palavra nunca? A ênfase que coloca em certas palavras indica onde está o significado da frase. Se você dá a mesma importância a todas as palavras, o significado pode diminuir ou até desaparecer.

Assim, enquanto ensaia sua apresentação, experimente variações na ênfase para conseguir exatamente o efeito que está buscando.

segundo princípio, além de variar a ênfase que dar às palavras, você deve também variar o tom da sua voz. Ênfase é uma questão de mais ou menos energia, enquanto o tom pode ser grave ou agudo. Em uma conversa, o tom da nossa voz flui naturalmente para cima e para baixo, do grave ao agudo. Isso é perfeitamente natural e o efeito é agradável.

 Por que, então, quando as pessoas ficam em frente a uma plateia sua voz se torna aborrecida e monótona? Primeiro, elas estão tensas, até assustadas, o que leva à apresentação monótona. Segundo, elas não estão cientes do que está acontecendo. Mais uma vez, a solução é fazer do seu tom uma escolha consciente em vez de um processo inconsciente.

Quando você se vir falando em um tom monótono – que geralmente é agudo  faça uma pausa e diga para si mesmo: “Eu não estou falando como faço normalmente. Caí no tom constrito de um orador inexperiente. Preciso voltar, verbalmente, ao que eu realmente sou”.

terceiro princípio, além da ênfase e do tom, a velocidade com que você fala é imensamente importante. Para ilustrar esse ponto,  “Dilma Rousseff falava várias palavras pausadamente com certo grau de lentidão, até chegar à palavra ou frase que desejava enfatizar. Então, demorava-se mais nessa frase ou palavra. Em seguida, continuava falando pausadamente. Para uma ou duas palavras que desejava enfatizar, ela dedicava o mesmo tempo que usava para proferir meia dúzia de palavras menos importantes na sequência.”

Muitos efeitos podem ser conseguidos variando-se a velocidade das suas palavras. Tente, por exemplo, dizer “trinta milhões de reais” rapidamente, como se essa fosse uma quantia trivial de dinheiro. Ela pode ser mesmo trivial nos departamentos financeiros de corporações multinacionais ou em comissões do congresso. “Trinta milhões de reais” é disparada como se não fosse nada.

Mas, agora, diga “Trrriiintaaa millllhhõõõeeessss de reeeeeeeaaaaaaaaissssssss”, esticando cada sílaba ao máximo. Agora isso parece um monte de dinheiro.

Aumentando o tempo para pronunciar, você parece ter aumentado a própria quantia. Mas as palavras que falou foram as mesmas.

Esses são conceitos importantes. Se você realmente dominá-los e utilizá-los, já poderá se tornar um orador mais eficiente. Mas eu só arranhei a superfície do assunto. Há muito mais o que aprender sobre falar em público – e os benefícios de aprender tudo isso são imensos.



Até breve, 

Rumo ao sucesso!!

 

Blog pessoal: www.phvoz.com

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