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Caroline Silva Fraga

Autor: Caroline Silva Fraga

Revisão (parte 1) : Voz

18/10/2018 - Piracicaba - SP

Olá,

 

        Hoje eu darei início a série de revisão, mas para começar aquecendo e te motivar a batalhar pelas suas idéias que faz você sonhar acordado, às vezes te deixam até frustrado quando compara os seus sonhos com a sua realidade. Eu vou te deixar um conselho de Donny Deutsch: “Quando você conhecer alguém que converteu uma paixão em lucro, pergunte-se: Por que não eu?”. Eu encorajo você fazer o mesmo.

 

       Na minha primeira postagem, eu pontuei dicas para ser um bom orador e citei como exemplo, Barack Obama por receber muitos elogios pela sua competência de comunicação em público. Algumas das palavras mais comuns utilizadas para descrevê-lo são “cativante”, “carismático” e “sedutor”.  Só que eu poderia utilizar referências no Brasil, como Pedro Bial, Mário Sérgio Cortella, algum político, enfim, qualquer pessoa que se comunique bem.

       Esse texto de revisão, eu não darei dicas, pois se colocar aqui vai ser repetitivo e já existem textos que eu escrevi. Então eu vou ilustrar, com exemplos, para ser mais dinâmico a sua compreensão.

       Quando você está ao telefone, precisa ter certeza de estar fazendo uma ótima conexão. Não há linguagem corporal para você ler. Suas únicas dicas para o que o seu companheiro de conversa está pensando ou sentindo é o tom de voz, a articulação, a projeção (ressonância), intensidade e ritmo. É tudo o que ele pode ler de você também. Então preste muita atenção em todos esses detalhes e em como você está se expressando.

Vamos pensar em uma ligação entre Anderson e Paula, de diferentes departamentos da mesma empresa.

Eles mal se conhecem, mas essa conversa poderia mudar tudo:

– Ouça, Paula, aqui é Anderson do setor de vendas – a voz de Anderson soou firme e suas palavras saíram rápidas.

– Certo, diga – respondeu Paula deliberadamente, esperando que Anderson seguisse adiante.

– Eu não sei por que eu estou fazendo isso, todos os outros estão de férias, inclusive eu também deveria estar. De qualquer forma, nós tivemos essa ideia para monetizar nosso site por meio da venda de toques de celular, e encontramos a pessoa que pode fazer isso para nós. 

Tudo que precisamos é que vocês do departamento jurídico façam um acordo com ele. Eu preciso dar à Viviane, do departamento financeiro, alguma segurança de que isso vai mesmo acontecer, para que ela possa apresentar ao presidente. E nós precisamos disso para amanhã.

 

– Anderson não havia respirado, nem diminuído o ritmo. Na verdade, ele soava como se estivesse ainda mais tenso.

– Você está de brincadeira? E só está me dizendo isso agora? Você tem ideia de tudo que temos de fazer antes do Ano Novo? Isso vai precisar de auditoria de contas e… – Paula sabia que não deveria responder desse jeito, mas ela não conseguia não evitar passar frustração pela sua voz.

– Eu estou tão cansado de desculpas – Anderson falou mais nervoso. – Nós estamos sob pressão para terminar tudo e o que eu escuto são razões pelas quais as coisas não podem ser feitas. Vocês não podem fazer isso, mas podem fazer aquele acordo de lixo que nos deixa com grandes responsabilidades.

 

     Vocês podem correr para fazer algo sem valor, mas demoram para fazer algo bom. Anderson não espera por uma resposta; desliga o telefone assim que termina a frase. E Paula, com a orelha vermelha, desejou nunca ter atendido ao telefone.

 

     Soa familiar? Pois não precisava ser assim. Se Anderson tivesse respirado fundo algumas vezes antes de pegar o telefone, talvez pudesse ter escolhido uma abordagem mais apropriada.

 

      Nesse exemplo, você pode perceber que Anderson apresenta um tom de voz  autoritário, ritmo de fala acelerado, talvez uma articulação exagerada que  demonstra falta de respeito, sua projeção será com maior intensidade, provavelmente  gritando.

       Como Paula não podia ver Anderson, a imaginação dela estava sujeita à estimulação. Esse é o momento para usar a linguagem metafórica, rica em sensações. Aqui está como essa conversa deveria ter acontecido:

– Olá, Paula, aqui é Anderson do andar de cima. É hora dos sonhadores e dos fazedores se juntarem.

– O que acontece?

– Só um pequeno presente de Ano Novo para a Viviane, a chefe do setor financeiro.

– Ah, sim?

– E eu preciso da sua ajuda para embrulhá-lo.

– É só dizer.

 

     No primeiro exemplo, Anderson perdeu de vista o que queria; ele estava mais interessado em mandar do que em se comunicar. No segundo, incrementou a conversa com metáforas: sonhadores em vez de aplicações avançadas, fazedores em vez de departamento jurídico, presente de Ano Novo em vez de acordo. Usou um tom de voz amigável, ritmo, intensidade e projeção adequadas, provavelmente com pausa de silêncio, uma boa articulação.

 

      Eu espero que tenha ficado mais explicativo sobre a voz a partir dos exemplos. Amanhã eu irei falar sobre linguagem corporal através de exemplos e no sábado eu vou apresentar vídeos para analisar.

 

Até amanhã,

Rumo ao sucesso!!

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