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Douglas Silva

Autor: Douglas Silva

O luto e a Luta

1/8/2016 - Piracicaba - SP

Todos os seres humanos passam por perdas. Afinal, nossa relação com as outras pessoas nos proporcionam o fortalecimento de vínculos que nos permite a experiência de sentir e descobrir diversas maneiras de amar. Qualquer relação mais próxima nos dá a oportunidade de entrar em contato com esse sentimento tão bonito. Podemos ilustrar este tipo de relação entre pais e filhos. O amor é incondicional devido à troca de respeito, de carinho e de amor que a relação proporciona desde o planejamento até a formação de uma família. Os vínculos afetivos que se formam favorecem para o aumento da cumplicidade entre os familiares que são preponderantes para alimentar o sentimento de amor entre os indivíduos. Mas será que estamos preparados para viver a perda de um laço afetivo tão forte? Quanto maior for o laço afetivo, maior será a dor da separação, e, isso nos causará sentimentos de indignação, de revolta, raiva e tristeza.  Aquele sentimento de desolação nos contamina, e muitas vezes, não encontramos força e nem explicação para nosso sofrimento. Isso pode durar meses e até anos, afinal, cada pessoareage de formas diferentes para enfrentar a perda. Quando estamos diante da perda de alguém próximo, a falta desta pessoa faz com que nos sintamos vazios. E como lutar para não viver este sentimento? É inevitável passaremos pelas fases do luto que serão mais intensas ou não dependendo dos vínculos afetivos que construímos com as pessoas. Perder um filho, não é o mesmo que perder um amigo. Mas certamente nos deparamos com “a negação”, na qual é o momento que nos parece improvável aceitar a perda, sendo que a nossa incapacidade de acreditar que tudo é real se torna mais intensa. Eis que surge “a raiva” como é possível acreditar? A negação toma forma e pensamentos de “porque isso esta acontecendo comigo?” surge. Tudo nos parece inverdade, passando até o consolo das pessoas a nos afrontar. Fato este que nos leva a negociação do luto, pois tudo começa a fazer sentido acerca da perda, e perante isso se tenta “negociar”, na maioria das vezes com Deus, causando mais sofrimento por haver uma mistura de negação e culpa. Que nos levará ao sentimento da “depressão”. Ter consciência da perda é inevitável. Não há como mais negar a perda. Há um espaço vazio que a pessoa deixou e junto a este sentimento, sonhos e todas as lembranças passam a criar outra forma dentro de nós ao ponto de quase desistirmos de viver. Mas nem tudo se perde, afinal ainda estamos vivos com nossos projetos, nossos sonhos e mesmo que demore a elaboração da perda teremos a oportunidade de se ver diante da “a aceitação” que passa ser a última fase do luto. Esta fase é quando o indivíduo aceita a perda e este sentimento se transforma em paz e serenidade criando espaço para que a negação vá embora sendo preenchida por uma nova perspectiva diante da perda. Devemos ressaltar que a elaboração do luto é particular a cada pessoa o apoio nesse momento é fundamental, e, que muitas das vezes, sozinho é muito difícil de superar. Em alguns casos é melhor procurar ajuda de um profissional especializado. Afinal, as fases do luto e a luta, não possuem um tempo predefinido para acontecerem. Depende da perda e do vínculo afetivo entre as pessoas. Portanto, não espere viver este processo para dizer que ama, a dor pode ser superada, pois a saudade e as boas lembranças devem ficar, porém a luta em relação ao luto começa toda manhã quando lhes é permitido viver com intensidade o sentimento de amor que você deposita a todas as pessoas que fazem parte de sua vida. 

 Douglas Silva

 

 

 

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